Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…



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terça-feira, 27 de janeiro de 2009


Saudade sem destinatário

Ando sentindo uma saudade descabida. Saudade descabida porque não está cabendo em mim mesma. Não cabe em lugar algum. Transbordou. Saiu da borda. Uma saudade estranha. Uma saudade de ninguém. Uma saudade que não tem nome ou um endereço específico. Saudade de ligar pra alguém e chamar pra almoçar. Saudade de sair do trabalho seis horas da tarde e chamar pro cinema. Saudade de assistir televisão domingo à tarde debaixo do edredom. Saudade de ter com quem conversar no final do dia. Saudade de poder falar que gosto (e também poder falar “não gostei”) sem precisar ensaiar antes. Saudade de sentir saudade de pessoas da minha juventude.
Saudade do cheiro do meu perfume favorito em outra pele suada. Saudade de ouvir que eu sou linda (de manhã cedo com a cara amassada). Saudade de ficar em silêncio ouvindo a respiração. Saudade de viajar sem precisar dirigir. De cantar no carro e alguém me ouvir. Saudade de ouvir o CD de músicas favoritas que eu não gosto.
Saudade de acordar com flores e de receber presentes sem nenhuma data especial. Saudade de ter uns apelidos estranhos, que não têm nada a ver com o meu nome. Saudade de fazer as pazes e abraçar mais forte. Saudade de ser a número um e não apenas mais um número. Saudade de ser entendida sem precisar me explicar. De dizer o que eu quero sem precisar falar. Saudade de ser tão igual e fazer toda a diferença. Saudade de gostar dos mesmos lugares e de bebidas tão diferentes. Saudade do calor, do cheiro, do gosto. Saudade do toque, do beijo, do carinho. Saudade com remetente e sem destinatário. Saudade sem preço, sem endereço e sem data pra expirar. Saudade do que ainda me falta viver.


Hoje estou nostálgica..., talvez seja só um reflexo da carência de ontem a noite!

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