Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…



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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


ACHO QUE AINDA NAO CRESCI...


Não passo de uma menina, daquelas do tipo que não medem conseqüências... 100% sentimento. Não sei amar pela metade.
Na maioria das vezes, escondo meus medos, brincado de viver, esquecendo a realidade e crescendo no faz de contas.
Tento enganar a angustia que se faz presente em meu peito, jogo nela pedaços de estrelas, gotas do intenso brilho da Lua, só para ver, se assim ela se ilude e ameniza esta dor que me tira o fôlego.
Não passo de uma menina, daquelas que pedem desculpas pelos erros que ainda não cometeram.Choro por dores que não são minhas...Penso demais...Falo de menos...
Escondo-me atrás de palavras, escritas na terceira pessoa do singular, me encontro em canções que não são minhas, mas as pego emprestadas...Vivo os romances que não me permitiram, através de uma tela fria, que reflete imagens mentirosas, mais eu me permito enganar...Isso tudo ameniza...
Não passo de uma menina, daquelas que imploram amor.Para mim nada nunca é suficiente.Conheço pessoas que nunca irei conhecer. Vivo na contramão, na contrariedade. Amo de uma forma como nunca poderei amar, ao mesmo tempo longe e perto, eu não posso nunca tocar.
Não passo de uma menina, daquelas cheias de duvidas e com quase nenhuma resposta.Às vezes sou forte, as vezes humilhantemente medrosa, um tanto quanto desajustada, tudo porém dentro da mais absoluta normalidade.Não ousaria ser tão diferente.
Não vejo maldades, falo coisas sem nexo, só para ouvir risadas alheias, alguém precisa ser feliz.
Não passo de uma menina, daquelas que choram sozinhas de madrugada, que sentem saudade, que sentem medo do escuro.Abraço os joelhos, como que sentindo nisso algum tipo de proteção.Já quebrei a cara um milhão de vezes e nunca deixo de acreditar no melhor que cada pessoa tem a dar.
Dou risada de coisas bobas, acho graça no que a maioria não vê.
Não passo de uma menina, daquelas que precisam de abraço, de beijo, de atenção.Sou movida a toques, sentimentos, cheiros, embalos, essências.
Sinto medo do que não conheço, sofro pelo que ainda não aconteceu, morro de vergonha de inúmeras coisas e acho extremamente normal tantas outras.
Não passo de uma menina, daquelas que se olham no espelho, perguntando quem são,. Sou cheia de desconfianças, sou cheia de questionamentos, sou cheia de muita curiosidade.
Sou do tipo que dá carinho e morre se não tiver atenção.Sou do tipo que não aprendeu a viver sem amor, e que acredita que nada pode existir sem ele.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

UMA LASTIMA


Quando eu era criança, me ensinaram que a gente deve fazer o bem sem esperar nada em troca. Me ensinaram que as pessoas não vão ser boas comigo porque eu sou boa com elas. Me ensinaram a nunca esperar nada em troca. Até no “catecismo” (é, eu fiz isso!) me contaram que seu Jesus ajudou não sei quantas pessoas e só uma voltou pra agradecer (não sei contar história direito, mas é mais ou menos isso). Eu já deveria ter aprendido nessa hora.Mas não. A gente quebra a cara, apanha da vida, se ferra e não aprende. Você ajuda uma pessoa que depois quer puxar seu tapete, você respeita alguém que mal conhece essa palavra, você presenteia pessoas que fazem pouco caso de você no dia do seu aniversário, você é fiel ao cara que só está esperando a primeira oportunidade pra te colocar um par de chifres, você paga o jantar da sua amiga que depois quer rachar o estacionamento de três reais com você.Seria muita hipocrisia minha dizer que gosto de fazer o bem pras pessoas e só tomar ferrada em troca. Mas não sou covarde o suficiente pra dizer que sou boazinha pra agradar o mundo e não me importo se as pessoas agem com descaso comigo. Me importo sim. Não tolero descaso, falta de consideração, falta de respeito. Não tolero gente sem educação porque sou educada com as pessoas. Não tolero gente que não cumpre com a própria palavra porque, a partir do momento que eu me comprometer com algo, vou cumprir com o que foi dito.Nunca admiti, na minha vida, homem que diz que vai ligar e não liga. Nunca entendi minhas amigas que tomam end dos caras e insistem em ligar pra eles mesmo assim. Nunca entendi mulher que toma chifre e finge que não sabe. Na verdade, nunca entendi gente que finge de burro pra continuar pastando. Descaso, falta de consideração, falta de educação, falta de respeito, falta de hombridade, falta de coleguismo, falta de ser gente. Nunca vou entender como alguém acha isso normal.Sempre esperei que as pessoas agissem comigo da mesma forma que ajo com elas e é por isso - e só por isso - que sou honesta. Que sou franca. Que sou amiga. Que sou fiel. Só por isso me esforço pra ser uma pessoa boa. Porque espero das pessoas o mesmo tipo de atitude. E não porque quero ser a Madre Teresa de Calcutá ou almejo algum tipo de canonização. Mas sabe de uma coisa? Bobagem. Na hora que a coisa aperta, é com um ou outro que você pode contar e só. Aí, cadê aquela sua amiga pra quem você pirateava cds do Jota Quest porque ela não tinha dinheiro pra comprar? Cadê aquela outra que, quando a mãe dela ficou doente, você se ofereceu pra ir com ela de madrugada pro hospital? Cadê aquela amiga que você buscou e levou em casa durante os quatro anos de faculdade? Cadê aquelas que freqüentavam todas as festas na sua casa? Cadê aquela que você levou em casa lá no fim do mundo quinhentas vezes depois das festas? Cadê todo mundo quando você precisa de uma coisa muito simples?Não sei onde estão essas pessoas e agora, de verdade, prefiro não saber. Prefiro que todas elas se lasquem porque agora vou ser uma pessoa pior. Cansei de fazer o bem e me dar mal. Cansei de esperar atitudes das pessoas e mofar esperando. Cansei desse povo sobrando inútil na minha vida. Cansei de ser a boazinha. A que sempre se fode. Cansei dessa hipocrisia de fazer o bem de graça. Cansei de ser a única a me lascar. Cansei de me lascar de graça.
PATRICIA KEYTH

terça-feira, 27 de janeiro de 2009


Saudade sem destinatário

Ando sentindo uma saudade descabida. Saudade descabida porque não está cabendo em mim mesma. Não cabe em lugar algum. Transbordou. Saiu da borda. Uma saudade estranha. Uma saudade de ninguém. Uma saudade que não tem nome ou um endereço específico. Saudade de ligar pra alguém e chamar pra almoçar. Saudade de sair do trabalho seis horas da tarde e chamar pro cinema. Saudade de assistir televisão domingo à tarde debaixo do edredom. Saudade de ter com quem conversar no final do dia. Saudade de poder falar que gosto (e também poder falar “não gostei”) sem precisar ensaiar antes. Saudade de sentir saudade de pessoas da minha juventude.
Saudade do cheiro do meu perfume favorito em outra pele suada. Saudade de ouvir que eu sou linda (de manhã cedo com a cara amassada). Saudade de ficar em silêncio ouvindo a respiração. Saudade de viajar sem precisar dirigir. De cantar no carro e alguém me ouvir. Saudade de ouvir o CD de músicas favoritas que eu não gosto.
Saudade de acordar com flores e de receber presentes sem nenhuma data especial. Saudade de ter uns apelidos estranhos, que não têm nada a ver com o meu nome. Saudade de fazer as pazes e abraçar mais forte. Saudade de ser a número um e não apenas mais um número. Saudade de ser entendida sem precisar me explicar. De dizer o que eu quero sem precisar falar. Saudade de ser tão igual e fazer toda a diferença. Saudade de gostar dos mesmos lugares e de bebidas tão diferentes. Saudade do calor, do cheiro, do gosto. Saudade do toque, do beijo, do carinho. Saudade com remetente e sem destinatário. Saudade sem preço, sem endereço e sem data pra expirar. Saudade do que ainda me falta viver.


Hoje estou nostálgica..., talvez seja só um reflexo da carência de ontem a noite!

AS TARDES DE DOMINGO


Este é só mais um texto sobre as tardes de domingo. As tardes de domingo de uma cidadã solteira. Avulsa mesmo. Sozinha. Em casa. Mora sozinha. Almoça sozinha nos finais de semana. Dorme sozinha. Acorda sozinha no domingo com a cara borrada de maquiagem da noite anterior. Viaja sozinha. Dirige sozinha pela estrada. Dança sozinha em casa com o som alto. Chora sozinha. Uma cidadã que está cansada de todos acharem que ela é uma super-mulher. E ela se sentir uma menina ainda. Carente. Intensa. Que quer abraçar o mundo. Que tem preguiça profunda de gente que mente. De gente que se entrega pela metade.
E a cidadã enfrenta mais uma tarde de domingo daquelas que não se tem nada pra fazer. Ninguém pra quem ela gostaria de ligar. Seu celular toca uma vez. END. Toca duas. END. Toca três. END mortal. E ela começa a colecionar números. Sete cidadãos ligando no mesmo final de semana. Seis ENDs. 160 contatos no MSN. 32 bloqueados. Alguns scraps com cantadas baratas no orkut. 232 amigos. Zero sentido nisso tudo.
A cidadã-super-mulher-de-uma-figa é metida a entender os homens. Mas não entende nem sobre si mesma. Não entende como consegue não se apaixonar pelo vizinho que lhe mandou uma cesta de café-da-manhã porque a viu uma única vez na vida. Uma cesta deliciosa com um bilhete mais do que gentil. Um convite pra sair que nunca saiu do papel. Ou porque ela não se apaixonou por aquele cara que cozinhava quando ela tinha preguiça de sair pra jantar. E a recebia em casa com taças de vinho na mão e um sorriso no rosto.
E ela não entende o que leva um cidadão a convidá-la pra sair. Buscá-la em casa num carro importado. Levá-la ao melhor restaurante. Ser um gentleman. Pagar a conta. Abrir (e fechar!) a porta do carro. Depois sumir. Aparecer novamente. Sumir. Aparecer novamente. A cidadã simplesmente não entende porque ele não some de vez.
A cidadã-filósofa-barata-de-merda entende é que os homens fazem tudo errado. Que não adianta abrir a porta do carro, se ele não abre o coração. Que não adianta mandar flores, se ele não manda no rumo da sua vida. Que não adianta convidar pra sair, se ele não a convida pra fazer parte da vida dele. Que não adianta passar a noite se, no dia seguinte, ele some sem dar notícias. Que não adianta pagar a conta se o que ela quer mesmo não tem preço.
E a tarde de domingo vai chegando ao fim. Aquele gosto azedo de segunda-feira no ar. Pra começar tudo de novo. Sozinha. De saco cheio de promessas baratas. De bocas aleatórias. De pessoas que nada sabem a seu respeito. De carinho com muita mão e pouco sentimento. De músculos fortes e cabeça fraca. De agenda cheia e vida vazia. Uma cidadã sem saco pra joguinhos. Que fala o que pensa. O que sente. Que não passa vontade. Mas que, às vezes, não liga pro único cidadão que ela quer por puro medo de ser mal interpretada. Por puro medo de dar tudo errado. Essa cidadã acha que controla o futuro, mas morre de medo dele. E não controla a própria vida. Muito menos os próprios sentimentos. E lá vai ela começar tudo de novo. Com aquela pose de super-mulher. Aquela perna dura e aquele coração mole.


PATRICIA KEYTH