COMO EU (PATRICIA KEYTH) SOU...
Já quis ser médica, atriz e palestante ...
Médica, nem mais pensar, sou enfermeira, atriz de vez em quando preciso ser; palestrante, somente algumas pequenas experiências, mas quem sabe algum dia ainda seja.
Já prendi o dedo na porta do carro, já caí de joelho na rua, já dei com a cara na porta de vidro ...
O dedo doeu pra cacete, o joelho dói até hoje, a cara ficou mais vermelha de vergonha, do que da batida ...
Já toquei campainha e saí correndo; já tomei banho de chuva; já me lambuzei com sorvete de casquinha.
Campainhas e fugas, coisas da infância; banho de chuva, até hoje, mas com sorvete, até hoje me lambuzo ...
Já peguei atalhos para andar mais depressa e errei o caminho; já confundi amor e paixão; já perdi o rumo.
Errar caminhos tornou-se especialidade minha, confundir amor com paixão, penso que nunca mais; perder o rumo ainda perco, pois andar sempre no rumo certo parece não ter muita graça ...
Já tentei esquecer pessoas, já consegui esquecer pessoas, já cansei de tentar esquecer e não conseguir.
Algumas pessoas, tento esquecer até hoje; as que esqueci, pensava não conseguir, mas existem outras que nem tento: são inesquecíveis.
Já fiz amor e me senti muito bem; já fiz amor e odiei ter feito; já deixei de fazer amor por esperar não sei o quê...
Fazer amor e se sentir bem é “tudibom”, fazer amor e não se sentir bem e “tudipéssimo” e deixar de fazer amor por esperar não sei o que, ainda não sei porque acontece.
Já fiquei horas sentada admirando o mar para encontrar minha paz, já bebi além da conta, já me senti perdida dentro de minha casa.
Nunca encontrei a paz no mar, nem na bebida e nunca me encontrei enquanto não fiquei em paz.
Já senti medo do escuro, já vi bicho-papão, já quase morri de amor.
Precisei de muitos escuros para perder o medo, bicho-papão pegou medo de mim e o amor já quase me matou, mas devo a ele continuar viva.
Já me apaixonei e achei que era pra sempre, já me apaixonei sabendo que não seria para sempre, já experimentei ficar sem me apaixonar.
Hoje sei que “para sempre”, não existe. De qualquer forma, com felicidade ou com dor, seja por quem for, meu maior medo é ficar sem me apaixonar.
Patricia Keyth
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